A metodologia de contagem de mortes violentas foi modificada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Além dos homicídios, o novo modelo inclui os casos de lesão corporal seguida de morte e latrocínio (roubo seguido de homicídio). Já contabilizadas nesse sistema, até 15 de dezembro de 2013, foram registradas 4.449 mortes no Ceará.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), os dados relativos a essas três categorias serão apresentados como estatísticas de crimes violentos letais intencionais (CVLI).
Titular da pasta da Segurança, Servilho Paiva comparou os dados mês a mês neste ano, o que mostra tendência de queda em alguns meses (ver quadro). “Tivemos dois meses subsequentes de queda. Não dá pra dizer que a gente está bem. Mas estamos no rumo certo”, acredita.
A alteração no modelo estatístico foi anunciada ontem pelo secretário. A contagem, disse o secretário, segue o padrão recomendado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). “O País não tem uma doutrina única de contagem desse tipo de estatística. A Senasp há muito tempo vem tentando universalizar essa sigla para que tenhamos um padrão”, afirmou.
Servilho Paiva admitiu que, antes da adoção do novo método, mortes em hospitais resultantes de crimes não eram incluídas nos balanços. Figuravam como lesão corporal ou tentativa de homicídio. “Suponhamos que alguém leve um tiro e não morra, vá para um hospital. Não morrendo, ele entra na estatística de tentativa de homicídio. Se morrer, ele vai entrar na estatística de CVLI, ou seja, homicídio”, exemplifica.
O banco de dados da SSPDS será alimentado por meio das polícias Civil e Militar, com base em relatórios da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) e do Comando de Policiamento do Interior (CPI).
Para o coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV), César Barreira, a nova metodologia trará mais transparência. “A gente só vai superar essa situação da segurança na hora em que tiver total transparência dos dados”, disse.
Segundo o pesquisador, as novas estatísticas sobre homicídios no Estado possibilitarão uma formatação nas políticas de combate à violência. “Em um primeiro momento, pode gerar insegurança, mas, logo em seguida, vem a possibilidade de superação a partir da sua visibilidade”, afirma.
Fonte: Site O Povo.
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