Milhares de fiéis vieram participar da Romaria de
Finados neste município para agradecer pelas graças que afirmam ter
recebido através da intermediação da Mãe das Dores e de Padre Cícero, a
quem chamam carinhosamente de "meu Padim".
Ontem, durante abertura oficial da romaria, o número de peregrinos já
era considerado grande por quem transitava pelo entorno da Basílica
Menor de Nossa Senhora das Dores, bem como nas proximidades da Capela do
Socorro, onde ocorrem as celebrações litúrgicas.
Ainda à noite o
chamado Show dos Chapéus também emocionou aos peregrinos que se
deslocaram à Praça do Romeiro. No local foram entoados cânticos e
benditos em louvor à Nossa Senhora das Dores e ao padre Cícero. Conforme
a organização da romaria, até o final do evento a ação será repetida no
local.
Durante todo o período, que se encerra neste sábado, dia
2, são esperados cerca de 600 mil romeiros em Juazeiro. As caravanas
chegam de todos os locais. A maioria delas são de cidades nordestinas,
onde a crença no "Padim" e a fervorosidade da fé depositada em seus
milagres consegue vencer o cansaço das longas viagens. O percurso,
muitas vezes feito em caminhões pau-de-arara, pode demorar dias e as
dificuldades são muitas.
A costureira Josefa Dantas de Freitas
veio de Sergipe com dores na perna esquerda e, conforme afirma, só
resistiu a viagem mediante um pedido que fez ao "Padim". "Eu não
aguentava mais de dor. Minha perna queimava muito e daí pedi ao meu
Padim Padre Ciço que me deixasse chegar no Juazeiro pra poder rezar e
pagar uma graça que já tinha alcançado", diz.
Ela diz que foi
vítima de um grave acidente e só conseguiu o pleno restabelecimento
devido as orações que fazia enquanto esteve internada, e ao socorro de
Padre Cícero. "Quase morri. Sofri muito e hoje volto ao Juazeiro para
depositar essa roupa ao pé da escadaria do horto", explica. A vestimenta
a que se refere é uma veste preta que lembra um manto franciscano.
A
fé também é responsável pela chegada da pernambucana Maria Gomes à
cidade. Natural de Alagoinha, no agreste pernambucano, ela diz que veio
agradecer ao padre Cícero e a São Francisco de Assis por duas
importantes conquistas. "Estava desenganada pela medicina. Muito doente
no hospital. Minha mãe se ajoelhou e pediu à Padre Cícero que me
permitisse sobreviver", relembra.
De acordo com ela, Padre Cícero
foi também responsável pelo restabelecimento matrimonial de uma de suas
filhas. "Meu genro, quando saiu de casa disse que nem mesmo Deus faria
com que ele retornasse. Voltou pela interseção de meu "Padim" e de São
Francisco", comemora.
Outro fator que atrai fiéis a Juazeiro
durante períodos de romaria é a curiosidade de milhares de pessoas em
relação a figura mística que envolve padre Cícero. A educadora social
Rosineide dos Santos é uma destas curiosas. Veio participar da festa
pela segunda vez, acompanhada do marido e da sogra.
Ela diz que
algumas informações sobre o religioso lhe chamaram à atenção e fizeram
com que ela passasse a ter interesse em conhecer melhor sua história de
vida e religiosidade. "Na primeira vez que estive aqui já foi possível
sentir a fé que emana nos locais onde há celebrações", diz.
Embora
ainda não tenha alcançado nenhuma graça, e nem realizado pedidos com
tal finalidade, afirma que a emoção cresce a cada ano devido as
experiências que lhe são contadas por fiéis que participam do evento.
"Eu
acho que há muita história ainda pra ser contada em relação ao padre
Cícero. A cada novo relato, em cada local onde um pouco é contado, a
emoção é maior", avalia.
Para o esposo, o motorista Josiano Alves
de Aragão, o município de Juazeiro do Norte possuí uma dívida muito
grande para com o religioso. "Não fosse padre Cícero esse povo todo não
estaria aqui. Juazeiro seria visitado uma vez e pronto. A cidade deve
muito ao padre", comenta.
A família viajou de ônibus fretado com outras 40 pessoas. Todos estão hospedados em uma pousada próxima a Basílica.
Fonte: Site Diário do Nordeste.
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