O número de mortes violentas em 2013 já superou a do ano passado,
segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa
Social do Ceará (SSPDS-CE). Nos primeiros oito meses deste ano segundo
ocorreram 2.646 assassinatos em todo o Estado. Um aumento de mais de 15%
em relação a 2012, quando foram registrados 2.255 homicídios. Em um
único fim de semana de outubro foram registrados 35 homicídios somente
na Região Metropolitana de Fortaleza.
Outro dado que chama
atenção é que somente a Capital responde por 47% desses homicídios. E
ainda de acordo com a SSPDS-CE, os bairros mais violentos são Barra
do Ceará, Bom Jardim, Genibaú, Granja Lisboa, Granja Portugal,
Jangurussu, Messejana, Mondubim, Vicente Pinzón e Vila Velha. “Nós
sempre andamos com medo aqui na capital não importa o lugar”, afirma a
estudante Letícia Pereira Costa.
Lara Palmeira Pinheiro é
sobrevivente dessa violência. Por duas vezes ela foi assaltada. E por
esse motivo criou uma página na internet “Ceará Apavorado”. A página na
internet reúne 60 mil pessoas com relatos de criminalidade. O “Ceará
Apavorado” virou uma ONG para reunir pessoas que sofreram algum tipo de
crime e também ações do Governo do Estado que contenham a violência.
“Acho
que a gente nunca viveu o que a gente está vivendo agora”, afirma Lara
Palmeira Pinheiro, administradora da página no Facebook. Já o empresário
Régis Ponte que também participa da ONG diz que o cearense perdeu a
liberdade. “Ninguém aguenta mais morar em uma cidade onde acontece
tanta violência. É assalto a mão armada, tiros, nos sinais, ao entrar em
casa, ao passar por um trilho, as pessoas não estão mais com o direito
de ir e vir”, desabafa.
O secretário da Segurança do Ceará,
Servilho Paiva, afirma que vai reforçar a segurança nas ruas. “Estão
saindo mil policiais no mês que vem. A gente vai estar colocando mais
policiais nas ruas, e a academia está lotada com mais policiais civis”,
diz o secretário.
No entanto o coordenador do Laboratório da
Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), César Barreira,
acredita que o governo deve ir além e tentar combater as principais
causas da violência.
“Se nós tivermos a possibilidade de
relacionar a questão da droga com a questão da arma de fogo, trabalhar
com esses dois elementos que é a questão da droga e arma de fogo,
provavelmente nós poderíamos esclarecer um número muito grande de
homicídios”, explicou.
Fonte: Site G1 Ceará.
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