O Ceará reduziu em 189,03 mil o número de analfabetos no período de
2001/2012, caindo de 1.271 mil para 1.082 mil, o que representou uma
queda de 34,4%. O declínio na quantidade de analfabetos, entre 2007 e
2012, foi 15,2%, ou seja, 122,59 mil. As taxas de reduções do Ceará
superaram, em todas as comparações, a do Brasil, que foi de 30%, e a do
Nordeste, de 28,3%, entre 2001/2012, bem como entre 2001/2006 e
2007/2012. O Estado, que em 2001 ocupava o quarto lugar no ranking
nacional de analfabetismo (26 Estados e mais do Distrito Federal), no
ano passado passou para a sétima colocação.
O decréscimo da taxa de analfabetismo no Ceará no período 2001/2012,
de 34,4%, representou desempenho de 4,4 e 6,1% superior a do Brasil e do
Nordeste, respectivamente, no mesmo espaço de tempo. O Ceará tinha
índice de analfabetismo superior à da região Nordeste até 2005, mas a
partir de 2006 passou a apresentar taxas sempre menores do que as da
região. Os dados estão no Ipece/Informe nº 65 – Perfil do Analfabetismo
no Ceará – Análise a partir dos dados da PNAD (outubro de 2013) –, que
acaba de ser divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica
do Ceará (Ipece). O documento pode ser acessado no www.ipece.ce.gov.br.
Em 2012, revela o trabalho do Ipece, 75% dos analfabetos do Estado
moravam em municípios localizados no Interior, sendo a taxa de
analfabetismo para o conjunto destas localidades de 21,9%, um valor
acima do apresentado para o conjunto de municípios da Região
Metropolitana de Fortaleza (9,2%) em quase 13 pontos percentuais.
Observando o comportamento do analfabetismo por zona censitária,
verifica-se que a maior concentração está entre a população rural -
aproximadamente 26,9% das pessoas residentes no campo são analfabetas.
Na zona urbana a taxa está bem abaixo desse valor, 12,6%.
No entanto, o economista do Ipece - Órgão vinculado à Secretaria de
Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado - Vitor Hugo Miro
Couto observa que, em números absolutos, o contingente populacional de
analfabetos é maior em áreas urbanas, em decorrência da maior densidade
demográfica nas cidades. Já a taxa de analfabetismo no Estado por gênero
entre a população masculina, em 2012, era de 19,4%, contra 13,4% do
sexo feminino. Na composição da população que não sabia ler nem
escrever, no ano passado a pesquisa mostrou que 57% eram homens e 43%
eram mulheres. Esse perfil se contrapõe ao observado para o Brasil em
que as mulheres são maioria (percentual igual a 50,3%).
No que diz respeito a cor/raça, os resultados para o ano de 2012
indicam que, em números absolutos, a maioria dos analfabetos se declara
branco ou pardo – importante destacar que o resultado é esperado, uma
vez que mais de 90% da população de 15 anos ou mais de idade no Ceará
também se declararam assim em termos de cor ou raça. Já na população
negra a taxa de analfabetismo é consideravelmente mais elevada, tendo
que 23,7% dos negros em 2012 eram analfabetos (sendo que 25% dos homens
negros e 22,2% das mulheres negras). No grupo de pessoas pardas a
proporção de analfabetos era de 18,1% (21,2 % dos homens e 15,1% das
mulheres), e entre os brancos essa razão era de 11,5%.
Elaborado pelos economistas do Ipece Luciana de Oliveira Rodrigues,
Carlos Alberto Manso, Raquel da Silva Sales e Vitor Hugo Miro Couto, sob
a coordenação do professor Flávio Ataliba, diretor Geral do Instituto, o
Ipece Informe também aborda a inserção dos analfabetos do mercado de
trabalho e os programas de alfabetização de jovens e adultos (cobertura e
eficiência).
Fonte: Site Governo do Estado do Ceará.
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