A defesa do presidente afastado da Câmara de Juazeiro do Norte,
vereador Antônio de Lunga (PSC), acabou questionando a legalidade do
processo que investiga suas ações administrativas, durante a audiência
da Comissão Processante, na tarde dessa segunda-feira (07).
A
Comissão teve os trabalhos prejudicados devido a ausência de cinco das
nove testemunhas convocadas. Todas foram indicadas pela defesa.
Compareceram apenas os três funcionários da Câmara, membros da Comissão
de Licitação, Maria das Graças Tavares, Solange Cavalcante e José
Lidemar Figueiredo.
O advogado, Paolo Gurgel, representante de
Antônio de Lunga, disse que “a defesa não orientará depoimentos,
inclusive do processado, sem que as nulidades do processo sejam
sanadas”. Para o advogado, a falta de um parecer da comissão, no prazo
de 5 dias, após defesa prévia do processado, sobre o arquivamento ou
admissão, mostra que o processo é feito de forma impetuosa, onde fases
obrigatórias são esquecidas.
Questionado sobre a possibilidade de
manobra para protelar o processo, através da articulação da ausência
das testemunhas, Paolo Gurgel, disse não haver interesse em protelação.
Segundo ele, se esse fosse o interesse, a defesa poderia se calar e
deixar o processo seguir sem os ritos legais para, ao final, pedir a sua
nulidade. Ainda, segundo o advogado, há o interesse que Antônio de
Lunga se defenda; mais isso, só acontecerá dentro dos parâmetros da
legalidade.
Sobre a falta das testemunhas, o relator da Comissão,
vereador Tarso Magno (PR), disse que irá verificar se todas receberam
os comunicados; isso, levando em consideração a greve dos correios, para
convocá-las novamente. Segundo Tarso, para a próxima audiência o
processado ficará com a responsabilidade de conduzi-las até a Comissão,
sob pena delas não serem mais ouvidas.
O relator ressaltou ainda
que a comissão não aceitará manobras, por parte do processado, que
venham a prejudicar os trabalhos. Quanto ao argumento de falha no
processo, Tarso respondeu que houve sim, despacho preliminar decidindo
pelo prosseguimento da investigação.
A terceira audiência está
marcada para a próxima segunda-feira (14), onde as testemunhas deverão
ser convocadas novamente. Segundo a assessoria jurídica da Comissão, a
data pode marcar o encerramento da fase de instrução ou produção de
provas.
A Comissão que iniciou os trabalhos no dia 10 de setembro
tem previsão de conclusão para o dia 10 de novembro, ou seja, um total
de 60 dias, dois terços do prazo legal de 90 dias. Para isso, a Comissão
dependeria apenas de ter atendido pedidos solicitados, junto, a Polícia
Civil, Ministério Público e Tribunal de Contas dos Municípios de
socialização das provas materiais em poder dos órgãos.
Fonte: Site Miséria.
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