Está se tornando cada vez mais frequente a busca de doadores de medula
óssea em todo o País. São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina,
Salvador, Natal e Recife eram considerados estados bastante procurados
para a prática. Mas agora a boa notícia é que os pacientes que precisam
do transplante de medula óssea alogênico (quando recebe células sadias
de outra pessoa) não necessitarão se deslocar para outros centros. O
Ceará é o mais novo Estado autorizado pelo Ministério da Saúde a
realizar esse procedimento.
O Centro de
Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), em parceria com o Hospital
Universitário Walter Cantídio (HUWC), implantará a nova técnica de
transplante de medula óssea alogênico. A previsão para se iniciarem os
procedimentos é no primeiro semestre de 2014, quando não haverá mais a
necessidade de encaminhar pacientes para Atendimento Fora de Domicílio
(AFD), em outros estados brasileiros.
"Isso vai proporcionar
comodidade a quem está nessa situação. Os pacientes tratados aqui não
precisarão buscar tratamento em outros estados", afirma Jacques Kaufman,
médico especialista em transplante de medula do HUWC.
No Ceará,
há cinco anos já se realizava transplantes autólogos - aquele em que as
células progenitoras vêm do próprio paciente. De 2008 pra cá, somam mais
de 100 pacientes assistidos em todo o Estado. E, a cada ano, a busca
pelo procedimento se torna mais corriqueira.
Em
2008, foram dois transplantados, sete em 2009, 14 em 2010, 17 em 2011,
26 em 2012 e, neste ano, 34 transplantes. Desde o ano passado, o Hemoce e
o Hospital das Clínicas já realizavam a coleta em doadores para
transplante de medula óssea alogênico, não aparentado.
No
Nordeste, o procedimento era realizado apenas em Natal e Recife. A
partir de 2014, o Ceará contará não só com a coleta, mas também com o
transplante.
Segundo a diretora do Hemocentro, Luciana Carlos,
trata-se de uma grande conquista para o Ceará, embora traga muitos
desafios. "O Hemoce tem se destacado no contexto nacional quanto ao seu
serviço de hemoterapia e, com este reconhecimento do Ministério da
Saúde, estamos empenhados em alinhar todos os nossos processos para
prestar suporte adequado a este novo serviço", relata.
O cuidado é
redobrado com esses pacientes, pois correm mais riscos que aqueles que
recebem suas próprias células, já sadias. "Há um alto risco de rejeição,
tanto à medula doada, quanto ao receptor. Quanto menor a
compatibilidade, maior esse risco", explica doutor Jacques.
Focada
no incentivo a doações, a Campanha Doe de Coração, realizada pela
Fundação Edson Queiroz, completou em 2013 dez anos, e desde quando
começou, o número de cirurgias triplicou no Ceará. Além de ajudar a
reduzir a espera, vem contribuindo com a conscientização pela doação
voluntária de órgãos.
A mobilização acontece em setembro de cada
ano e é realizada em diversas unidades, a fim de disseminar a esperança e
levantando a bandeira em favor da doação e da redução da barreira do
preconceito.
Conheça os tipos de transplantes alogênicos:
Há
quatro tipos de transplante alogênico. No aparentado, o doador tem
grande compatibilidade com o receptor por ser da mesma família. No não
aparentado, o paciente recebe a doação pelo banco de medula, pois não há
doador compatível na família. O tipo de cordão umbilical é coletado nos
bancos, e as células, extraídas de uma criança, após o parto.
O
tipo haploidêntico consiste em manipular as células de um doador
parcialmente compatível. No caso do Ceará, apenas os tipos aparentado e
não aparentado foram credenciados. A coleta do material será feita no
Hemoce, e os transplantes ocorrerão no Hospital Walter Cantídio
Fonte: Site Diário do Nordeste.
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