Cerca de 2 mil famílias, em 32 comunidades rurais de Iguatu, na região
Centro-Sul, enfrentam dificuldades de abastecimento de água. Depois de
dois anos seguidos de seca, os pequenos reservatórios e poços profundos
secaram.
No sítio Aceno, a escassez de água vem se agravando. Mesmo assim, é
ainda a única alternativa de abastecimento para as comunidades.
As famílias enfrentam transtornos diários e alguns moradores retiram
água enlameada de açudes distantes até seis quilômetros de suas casas.
Nos
meses de setembro e outubro passados, a situação agravou-se. Isso
aconteceu porque o caminhão pipa contratado pela Coordenadoria Estadual
de Defesa Civil (Cedec) estava quebrado, parado na oficina, e o conserto
não era realizado porque o pagamento dos dias trabalhados também
permanecia atrasado por mais de três meses.
No
distrito de José de Alencar, as comunidades mais afetadas são Aceno,
Várzea Grande, Cachoeira, Cipó, e no distrito de Quixoá são Umburana,
Cipaúba e Morada Nova. Em todas as localidades atingidas pela estiagem e
escassez de água o pedido de ajuda se repete.
No sítio Aceno, 32
famílias sofrem com o desabastecimento de água, há cerca de cinco
meses. O poço e o açude comunitário estão em estado crítico. As
cisternas de placas secaram. Segundo os moradores, a comunidade não
imaginava viver sem água para o consumo diário: beber, tomar banho,
cozinhar e para os afazeres domésticos, problema que vem recrudescendo a
cada momento na região.
A
realidade enfrentada pelos moradores no sítio Aceno é considerada
crítica. "Estamos vivendo um período muito difícil. Dois carros pipas
deixaram água somente em duas cisternas para dividir pra todas as casas,
mas a água já está acabando e não sabemos mais o que fazer", disse a
moradora Luzia Carvalho Bandeira. "O poço está secando não atende a
necessidade de todas as casas e a água não tem qualidade",ressaltou.
As
famílias que moram mais distantes do sistema de abastecimento da
comunidade enfrentam mais dificuldades, pois a água do poço não chega
até as casas. "A água que resta do açude só dá pra lavar roupa, até pra
tomar banho é ruim, porque já está virando é lama", disse a agricultora
Maria Zuleide Silva de Araújo.
Para conseguir água para beber,
alguns moradores percorrem distancias de até 8 km. "Aqui pra gente beber
água de melhor qualidade, temos que ir em outra localidade, andando a
pé e trazendo água com ajuda de jumento", complementou Maria Zuleide.
A
agente de saúde, Suzete Bandeira, convive diariamente na localidade e
relata que os moradores estão bebendo água de péssima qualidade e clama
por ajuda.
Na comunidade de Várzea Grande, localizada no distrito
de José de Alencar, cerca de 100 famílias estão consumindo água
barrenta de um cacimbão. "Há um mês que não recebemos o carro pipa
aqui", disse o presidente da Associação de Moradores de Várzea Grande,
Manasses Borges. "As cisternas estão vazias", afirmou.
O sítio
Cachoeirinha, em Alencar, também passa por dificuldades. O único poço
que atende a comunidade secou e o carro pipa passou no local há três
semanas.
A titular da coordenadoria Municipal de Defesa Civil de
Iguatu (Comdec), Edileuza Pereira, disse que finalmente, depois de três
meses de espera, a empresa responsável pelo abastecimento de água nas
comunidades rurais por meio de carro pipa recebeu os recursos do governo
do Estado, no último sábado. "A situação é grave, mas já esteve pior e
agora vai amenizar um pouco", disse. "O caminhão pipa da defesa civil
voltou a distribuir água e a situação será normalizada", informou.
Iguatu
recebeu um caminhão pipa doado pelo Ministério da Integração Nacional e
a Prefeitura contratou mais um veículo com recursos próprios para
atender a demanda por água que está sempre crescente. O prefeito Aderilo
Alcântara explicou que além dos três carros pipa, o município por meio
do Serviço de Água e Esgoto (SAAE) está perfurando poços e ampliando
adutoras. "O nosso esforço é para manter o abastecimento regular", disse
o gestor municipal.
A sede do distrito de José de Alencar
enfrentou nas últimas três semanas crise de abastecimento uma vez que o
poço profundo secou e foi necessário perfurar um novo. "O serviço já foi
concluído", anunciou Alcântara. "Nas localidades de Santa Rosa e Cavaco
já perfuramos três poços e estamos continuando com essas ações para
reduzir o impacto do desabastecimento de água no meio rural".
Fonte: Site Diário do Nordeste.
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