quarta-feira, 13 de novembro de 2013

FALTA DE ÁGUA ATINGE 32 COMUNIDADES EM IGUATU

Cerca de 2 mil famílias, em 32 comunidades rurais de Iguatu, na região Centro-Sul, enfrentam dificuldades de abastecimento de água. Depois de dois anos seguidos de seca, os pequenos reservatórios e poços profundos secaram.

No sítio Aceno, a escassez de água vem se agravando. Mesmo assim, é ainda a única alternativa de abastecimento para as comunidades.

As famílias enfrentam transtornos diários e alguns moradores retiram água enlameada de açudes distantes até seis quilômetros de suas casas.


Nos meses de setembro e outubro passados, a situação agravou-se. Isso aconteceu porque o caminhão pipa contratado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) estava quebrado, parado na oficina, e o conserto não era realizado porque o pagamento dos dias trabalhados também permanecia atrasado por mais de três meses.

No distrito de José de Alencar, as comunidades mais afetadas são Aceno, Várzea Grande, Cachoeira, Cipó, e no distrito de Quixoá são Umburana, Cipaúba e Morada Nova. Em todas as localidades atingidas pela estiagem e escassez de água o pedido de ajuda se repete.

No sítio Aceno, 32 famílias sofrem com o desabastecimento de água, há cerca de cinco meses. O poço e o açude comunitário estão em estado crítico. As cisternas de placas secaram. Segundo os moradores, a comunidade não imaginava viver sem água para o consumo diário: beber, tomar banho, cozinhar e para os afazeres domésticos, problema que vem recrudescendo a cada momento na região.
A realidade enfrentada pelos moradores no sítio Aceno é considerada crítica. "Estamos vivendo um período muito difícil. Dois carros pipas deixaram água somente em duas cisternas para dividir pra todas as casas, mas a água já está acabando e não sabemos mais o que fazer", disse a moradora Luzia Carvalho Bandeira. "O poço está secando não atende a necessidade de todas as casas e a água não tem qualidade",ressaltou.

As famílias que moram mais distantes do sistema de abastecimento da comunidade enfrentam mais dificuldades, pois a água do poço não chega até as casas. "A água que resta do açude só dá pra lavar roupa, até pra tomar banho é ruim, porque já está virando é lama", disse a agricultora Maria Zuleide Silva de Araújo.

Para conseguir água para beber, alguns moradores percorrem distancias de até 8 km. "Aqui pra gente beber água de melhor qualidade, temos que ir em outra localidade, andando a pé e trazendo água com ajuda de jumento", complementou Maria Zuleide.

A agente de saúde, Suzete Bandeira, convive diariamente na localidade e relata que os moradores estão bebendo água de péssima qualidade e clama por ajuda.

Na comunidade de Várzea Grande, localizada no distrito de José de Alencar, cerca de 100 famílias estão consumindo água barrenta de um cacimbão. "Há um mês que não recebemos o carro pipa aqui", disse o presidente da Associação de Moradores de Várzea Grande, Manasses Borges. "As cisternas estão vazias", afirmou.

O sítio Cachoeirinha, em Alencar, também passa por dificuldades. O único poço que atende a comunidade secou e o carro pipa passou no local há três semanas.

A titular da coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Iguatu (Comdec), Edileuza Pereira, disse que finalmente, depois de três meses de espera, a empresa responsável pelo abastecimento de água nas comunidades rurais por meio de carro pipa recebeu os recursos do governo do Estado, no último sábado. "A situação é grave, mas já esteve pior e agora vai amenizar um pouco", disse. "O caminhão pipa da defesa civil voltou a distribuir água e a situação será normalizada", informou.

Iguatu recebeu um caminhão pipa doado pelo Ministério da Integração Nacional e a Prefeitura contratou mais um veículo com recursos próprios para atender a demanda por água que está sempre crescente. O prefeito Aderilo Alcântara explicou que além dos três carros pipa, o município por meio do Serviço de Água e Esgoto (SAAE) está perfurando poços e ampliando adutoras. "O nosso esforço é para manter o abastecimento regular", disse o gestor municipal.

A sede do distrito de José de Alencar enfrentou nas últimas três semanas crise de abastecimento uma vez que o poço profundo secou e foi necessário perfurar um novo. "O serviço já foi concluído", anunciou Alcântara. "Nas localidades de Santa Rosa e Cavaco já perfuramos três poços e estamos continuando com essas ações para reduzir o impacto do desabastecimento de água no meio rural".


Fonte: Site Diário do Nordeste.

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