A polícia fez as averiguações devidas, montou campana e logrou êxito na
prisão de um agricultor com 24 quilos de maconha em mais uma operação de
combate ao tráfico de drogas por volta das 9 horas desta quinta-feira.
Ela estava enterrada em sacos plásticos e covas distintas cada uma com
12 Kg prensada sob um pé de caju no Sítio Estrela na zona rural de
Barbalha. Osvaldo José Alves, de 45 anos, apelidado por Galego, foi
preso em sua residência distante cerca de 800 metros para as covas.
Ele
mora no chamado Corredor dos Alves, 150, naquele sítio. Segundo o
Coronel Wellington, Comandante do 2º BPM, o trabalho do Serviço de
Inteligência e militares de Crato e Juazeiro já se desenvolvia há 20
dias. Nas últimas 24 horas foi preciso montar campana para que tudo
desse certo e acredita que o mesmo seja responsável pelo transporte e
guarda das drogas. A polícia quer saber quem são os donos e tudo indica
que a maconha ia para o Pernambuco. Osvaldo já esteve preso durante nove
meses por crime de violência doméstica.
É que, em março de 2011, o mesmo foi denunciado por maus tratos contra
seus pais José Antonio Alves, na época com 81, e Alice Maria Alves, de
86 anos. Ele terminou preso no dia seguinte quando saía do Banco do
Brasil com o dinheiro das aposentadorias deixando seus genitores em
condições subumanas. Segundo denúncias, Osvaldo se apossava de mais de
90% dos benefícios em detrimento da qualidade de vida dos pais.
No
dia em que a polícia esteve na casa dos idosos, Dona Alice falou que
tinha passado a noite na chuva e, na maioria das vezes, os vizinhos
levavam alimentos para os dois quando ela não tinha condições de
cozinhar. A época, as aposentadorias rendiam R$ 1.080,00 e Dona Alice
falou que recebia R$ 38,00 e seu esposo ficava com algo entre R$ 50,00 e
R$ 100,00 para pagar suas contas. A polícia notou enorme diferença nos
padrões de vida dentro da mesma casa.
Além disso, Osvaldo saía
para as farras e abandonava os pais. Quando a polícia chegou ao imóvel
encontrou os dois sem roupas dentro de casa e ambos dormiam em redes de
campana dentro de um quarto sujo e escuro, enquanto Osvaldo possuía duas
camas com colchões, TV e quatro redes novas e boas. Pior que isso,
testemunhas denunciaram violência física e psicológica contra os
idosos. Em seu depoimento ao Delegado Marcos Antonio dos Santos, Osvaldo
disse que era viciado em drogas.
Todavia, negou maltratar seus
genitores alegando que as condições são por conta das idades
avançadas. Sobre o dinheiro das aposentadorias, não escondeu que
comprava drogas e bebidas com parte da grana. Além disso, contou ao
delegado ter feito empréstimos nos valores de R$ 2 mil e mil reais,
respectivamente, em que a maior parcela gastou com drogas, mas comprou
mantimentos para casa. Disse ainda que ele próprio fazia a comida e dava
os remédios conforme as recomendações médicas.
Ele já respondeu a
processo por ter agredido a uma cunhada sua mesmo negando ter ameaçado
parentes e muito menos agredido seus pais. Mais à frente, no depoimento
prestado à época, Osvaldo admitiu ter empurrado seu pai certa vez. O
agricultor disse ainda que os dois recebiam atendimento por meio de uma
agente de saúde da área do Sítio Estrela. Osvaldo foi informado pelo
delegado Marcos Antonio que os cartões dos benefícios foram cancelados e
o órgão ía destinar a tarefa para outro procurador.
Fonte: Site Miséria.
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