Carência de maior número de juízes e servidores, ausência de mecanismos
que garantam a segurança dos magistrados e a necessidade de um plano
estratégico que possa resultar na diminuição do número de processos que
ainda estão tramitando pelas varas cíveis e criminais no interior do
Estado, além da necessidade imediata de realização de concurso público
para preenchimento de vagas em diversas áreas.
Foram estes os principais temas levantados pelos cerca de 30 juízes que
participaram na manhã de ontem, no Fórum desta cidade, com o presidente
do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Luiz Gerardo de
Pontes Brígido.
A iniciativa partiu do presidente do TJ e tem
como finalidade o estreitamento da relação do Tribunal com os
magistrados que estão à frente das comarcas interioranas. Durante a
reunião, foram apresentadas as ações efetivadas durante os nove meses de
gestão do desembargador Gerardo Brígido e os projetos que estão sendo
desenvolvidos.
Este foi o terceiro encontro realizado pelo
presidente do TJCE com magistrados no Interior do Ceará. As duas
primeiras reuniões foram realizadas nas regiões de Crateús e Limoeiro do
Norte, respectivamente.
Para o juiz Renato Esmeraldo, que
responde pela comarca de Missão Velha, os encontros estabelecem novas
possibilidades na redução da distância entre a realidade do Judiciário
interiorano e o cotidiano na Capital cearense. "A vinda do presidente do
Tribunal garante o conhecimento da realidade em torno do trabalho que é
realizado, bem como das carências existentes na comarcas da região. A
partir destes conhecimentos há perspectiva de que mudanças possam
acontecer em benefício da própria sociedade", avalia.
Entre as
prioridades apontadas pelo magistrado, a carência de maior número de
juízes é a que mais preocupa quem atua no Interior. "Nós ainda possuímos
uma grande quantidade de cargos vagos, entre juízes e servidores.
Embora tenha sido realizado um certame público recentemente, o número de
candidatos aprovados foi insuficiente para atender o número de vagas
existentes", disse ele.
O juiz responsável pela comarca de
Araripe, Marcelino Emídio Maciel Filho, aponta para necessidade de maior
segurança aos magistrados e demais serventuários do Judiciário. "Esse
quesito é deficiente. Porém, com os equipamentos que estão sendo
entregues pelo Tribunal de Justiça, deverão acontecer melhorias em
relação a esta questão", observa o magistrado. Durante o encontro, os
juízes receberam notebooks e detectores portáteis de metais. Neste mês
começa a implantação de portais detectores de metais nas unidades
judiciárias do Ceará.
O presidente do Tribunal de Justiça do
Ceará, desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, informou que já há
uma estratégia sendo criada para tentar solucionar o problema de
segurança nas comarcas do interior.
Conforme disse, um convênio
envolvendo o TJCE e o Governo do Estado poderá resultar na criação de
uma Companhia de Policiamento Militar específica para garantir a
segurança não só dos magistrados mas também dos servidores. "Existe essa
possibilidade. Nós estamos buscando a criação dessa companhia junto ao
Executivo cearense. Mas, é sempre importante lembrar que há municípios
onde o número de policiais também é reduzido. Não adianta solicitar
policiamento para juízes em detrimento de toda uma sociedade. Como o
governador Cid Gomes está incorporando cerca de 1.200 novos soldados à
Policia Militar, talvez haja condições para criação dessa nova
companhia", explicou o presidente do TJ.
O desembargador também
ressaltou que haverá um sistema integrado de monitoramento, através de
circuito interno de monitores, realizando a interligação dos fóruns ao
Tribunal de Justiça. "Esse sistema será importante para que nós também
possamos acompanhar essa questão mais de perto", disse. A aquisição
desse sistema já está, inclusive, em fase de licitação.
Fonte: Site Diário do Nordeste.
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